domingo, 12 de fevereiro de 2012

Emissoras aproveitam suas chances de se destacarem na cobertura do Carnaval

Emissoras aproveitam suas chances de se destacarem na cobertura do Carnaval. Foto: TV Press
Cada um joga com o time que tem. Pelo menos é essa a máxima que parece imperar na cobertura do Carnaval nas emissoras de tevê. Enquanto a Globo aposta na transmissão dos desfiles dos grupos especiais carioca e paulista, o SBT exibe o grupo de acesso carioca e os desfiles das campeãs do Rio de Janeiro e de São Paulo, além de investir também na folia baiana. O Nordeste também é o foco da Band ¿ como sempre, aliás. A emissora pretende atrair a atenção do público com transmissões de Salvador, Recife e Olinda. Na Record, só há espaço mesmo para a cobertura normal dentro dos programas jornalísticos. E para a Rede TV! sobra mostrar o já conhecido "Bastidores do Carnaval", com Nelson Rubens e Flávia Noronha dentro de um estúdio e "repórteres" famosos espalhados pelas grandes capitais de folia. Só que, desta vez, com a inusitada participação do cirurgião plástico Robert Rey. "Carnaval é a festa popular em que as pessoas mais mostram o corpo. Nada melhor que ter um especialista em analisar as musas do carnaval carioca", justifica Fábio Martinho, que dirige a cobertura da emissora.
A estrutura da Globo é de fazer inveja em qualquer concorrente. São cerca de três mil profissionais responsáveis pelos desfiles do Rio e de São Paulo, além de cobrirem também blocos de rua e as festas de Salvador e Recife. Em São Paulo, Cléber Machado e Mariana Godoy narram os dois dias de festa. "É inegável a fama do Carnaval do Rio, sua qualidade e a forma intensa do carioca de curtir. Mas, sem dúvida, os dois desfiles, do Rio e de São Paulo, são únicos", opina Cléber, referindo-se ao crescimento do espaço para a folia paulistana na tevê. Já no Rio, quem comanda os desfiles são João Roberto e Glenda Kozlowski. "A gente meio que divide: ele estuda os mestres de bateria e eu, os casais, as comissões de frente e a parte histórica. Ele fica mais de olho na avenida e vamos trocando figurinhas", explica Glenda.
Serão usadas pela Globo em São Paulo 50 toneladas de equipamentos, contendo 30 câmaras, sete gruas, quatro caminhões de unidades móveis, 20 microfones e o apoio do Globocop, helicóptero que sobrevoa as coberturas da emissora. Só a transmissão carioca mobiliza uma equipe de dois mil profissionais, com 40 câmaras - cinco delas sem fio. Em ambas, nos intervalos, o Estúdio Globeleza apresenta, ao final de cada escola, os melhores momentos e comentários. Em São Paulo, Chico Pinheiro se junta à cantora Negra Li, ao ator Aílton Graça, ao músico Celso Viáfora e ao compositor Leandro Lehart. Já no Rio, Ana Paulo Araújo conta com a ajuda da sambista Teresa Cristina, do produtor Haroldo Costa, da cantora Fernanda Abreu e do ator Eri Johnson. "E o público sempre pode participar. Devemos melhorar os recursos de interação com a internet já usados ano passado, como as mensagens de texto e os vídeos enviados pelos telespectadores e foliões", lembra João Roberto.
Sempre em destaque nas coberturas da folia nordestina, a Band separou mais de 500 pessoas para o trabalho deste ano. As reportagens começam na noite de sexta, dia 17, e só acabam na madrugada da quarta-feira de cinzas para quinta-feira, já no dia 22. A previsão é de mais de 50 horas de transmissão comandada por nomes como Otávio Mesquita, Nadja Haddad, Rita Batista, Nivaldo Prieto, Débora Villalba, Luciano do Valle e Adriane Galisteu. "Neste ano, o Band Folia traz uma inovação: o áudio dos trios elétricos chega em formato digital na casa das pessoas. E, em Recife, a transmissão do Galo da Madrugada será feita com 15 câmaras de alta definição e um helicóptero", adianta Kátia Gardin, diretora geral do evento.
A transmissão de Olinda é exclusiva da Band. Mas, no que diz respeito à Bahia, o SBT também abre território para, assim, tentar virar referência na cobertura carnavalesca da tevê aberta. Para isso, conta com mais de 500 funcionários encabeçados por Celso Portiolli, Karyn Bravo, André Vasco, Helen Ganzarolli e Lígia Mendes nos circuitos Barra/Ondina e Campo Grande e nas transmissões dos desfiles do grupo de acesso do Rio e das campeãs do Rio e de São Paulo. Além disso, a ideia é resgatar também a história da folia. Tanto que já vem exibindo, desde janeiro, boletins que explicam e identificam alguns elementos do Carnaval. E também está programado para dia 13 a transmissão de um SBT Repórter especial totalmente dedicado ao período. "Além de entretenimento, vamos levar informação de qualidade", diz Laércio Roma, diretor do SBT Folia.
De olho na web
A transmissão das emissoras cada vez mais ultrapassa a fronteira da tevê. Atualmente, crescem os investimentos nas multiplataformas, garantindo também uma cobertura via internet para os telespectadores mais animados. Na Globo, os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Amazonas e Espírito Santo terão páginas especiais com fotos, vídeos e reportagens sobre musas, blocos de rua e escolas de samba no site G1 (http://g1.globo.com/carnaval/2012). O público também pode enviar vídeos comemorando ou assistindo ao carnaval para a emissora. "Essa relação imediata com o público é legal para a gente ter uma resposta, saber o que ele quer. É um termômetro para ver se o que estudamos está batendo com as pessoas de casa", avalia Glenda Kozlowski.
O SBT também investe no ambiente online em tempos de folia. No site www.sbt.com.br/sbtfolia, o internauta acessa transmissões do Rio, São Paulo e Bahia, além de conferir as letras e melodias dos sambas das escolas desses dois estados. Além disso, um hábito já típico da emissora de Sílvio Santos, o de reprisar coisas antigas, também prevalece na web durante a semana do samba. No Baú do Carnaval, o público confere vídeos como um depoimento do então jogador de futebol Romário, com apenas 22 anos, falando sobre a festa. Telespectadores do mundo todo poderão, inclusive, conversar com a equipe do Carnaval do SBT via Skype na internet. "Queremos que o público retome o sentimento de celebrar as coisas boas com muita alegria no carnaval", explica Laércio Roma.

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