Aos 66 anos, o
mestre de obras aposentado Francisco Ricardo de Souza teve exatamente 38 filhos
com a companheira com quem vive há 38 anos, Raimunda de Assis Coelho. Moradores
de Ubajara, a 312 km de Fortaleza, o casal conta que realizou a cerimônia de
batismo de todos os filhos e netos no mesmo dia na igreja católica da cidade,
em dezembro de 2009, com direito a festa em família.
A diferença de
idade entre a filha viva mais velha do casal, Alessandra, 32, e o mais novo, Mateus
Ricardo, é de 24 anos. Raimunda teve o último filho aos 55 anos e afirma ter
feito o parto de todas as crianças sozinha, em casa.
Aposentado por
motivos de saúde há quatro anos, o mestre de obras afirma que sustenta a casa
com os R$ 2 mil que recebe. Para alimentar a parte da família que ainda vive
com ele, são feitos cerca de 4 kg de arroz por dia, tudo preparado no fogão a
lenha.
Sentindo-se
com 17 anos e afirmando que a companheira parece ter 14, Souza diz ainda ter
muito para viver, mas não pretende mais ter filhos. “Agora não da mais não. Não
tem mais condições”, diz . Atualmente, cinco netos são criados pelo casal. Os
outros moram com os pais. Somente Alessandra, filha mais velha do casal, tem
cinco filhos, mas deixa bem claro que "de jeito nenhum" seguirá os
passos dos pais.
O pai conta
que foi morar com a companheira, logo que ela engravidou do primeiro filho.
“Nem lembro mais com que idade, tínhamos vinte e poucos anos. Nosso primeiro
filho devia ter 38 anos, mas morreu”, lamenta. Não é fácil para Souza lembrar
do nome de todos os filhos. Só lembra que dos 14 filhos homens sobreviventes,
13 também levam Ricardo no nome em homenagem ao pai. “Só não Sebastião, não sei
porque ele não se chama Ricardo”, diz Souza.
Souza afirma
já ter pedido esmolas para sustentar a família. “Dificuldade foi só o que teve
na minha vida”, afirma Souza sem perder o ânimo, mesmo ao contar que 19 dos 38
filhos morreram ainda bebês.
Ele conta que
teve de pedir esmolas porque ficou muito doente e passou por uma cirurgia
quando a companheira teve o quarto filho. Mesmo com problemas para sustentar a
família, Souza afirma que todos os filhos vão à escola. “Meus filhos mais
velhos já terminaram o segundo grau, um orgulho”, diz o aposentado que só
estudou até o quinto ano do ensino fundamental.
Para comemorar
o batismo coletivo, em 2009, Souza fez festa com direito a serviço de filmagem
e fotografia, mas os registros foram emprestados e nunca mais voltaram às mãos
da família.
Fontes: g1.com/ceara
Fontes: g1.com/ceara
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